Cade aprova fusão entre Essilor e Luxottica, mas demonstra preocupações sobre futuras movimentações
Para órgão, operação não impacta significativamente concorrência no mercado brasileiro
Conforme divulgado nesta sexta-feira (23) no Diário Oficial da União (DOU), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a fusão entre o grupo francês Essilor Internacional e a italiana Luxottica.
Em dezembro do ano passado, o órgão antitruste considerou complexa a operação e solicitou uma análise econômica. A transação foi anunciada em janeiro de 2017 e estimada em 48 bilhões de euros.
Segundo a Superintendência-Geral (SG) do Cade, a fusão entre as empresas não tem impacto concorrencial significativo no mercado brasileiro. O parecer da área técnica afirma também não ter encontrado evidências de que os efeitos negativos, decorrentes da venda conjunta de produtos, superem os positivos.
Assim, concluiu que “as concorrentes podem continuar a competir com as requerentes para ofertarem produtos mais baratos ou de melhor qualidade e, em última instância, beneficiar o consumidor final”.
Por outro lado, o Cade não deixou de demonstrar preocupações sobre futuras movimentações que podem causar um fechamento do mercado. “Esses movimentos resultariam, principalmente, como identificado pela instrução, de aquisições de laboratórios óticos por parte da Essilor ou mesmo da adoção de estratégias comerciais que possam levar a uma tentativa de exclusão de rivais ou elevação das barreiras à entrada no mercado”, diz o documento. Há um prazo de 15 dias para que terceiros interessados na operação possam apresentar recurso ao órgão.
O grupo francês Essilor International é líder mundial em lentes oftálmicas e detentora de marcas como Varilux, Crizal e Transitions. Possui 32 fábricas espalhadas pelo mundo, duas delas no Brasil, além de 490 laboratórios óticos, sendo 26 no país.
Já a italiana Luxottica é especializada no design e fabricação de armações de óculos de grau e de sol. Tem 12 fábricas internacionais, com uma em solo brasileiro. É dona de marcas como Ray-Ban, Oakley e Persol.
Fonte: Lexis Nexis