Desenvolvimento profissional no setor óptico: o sucesso depende da qualificação técnica
Desenvolvimento profissional no setor óptico: o sucesso depende da qualificação técnica
Importância da qualificação técnica no desenvolvimento profissional: superando desafios no setor óptico
No mercado óptico competitivo, o desenvolvimento profissional dos funcionários é fundamental para garantir um atendimento de qualidade e a satisfação do cliente. A qualificação técnica é fundamental, pois exige que os profissionais tenham habilidades e conhecimentos sólidos em óptica, uma compreensão ampla dos vários tipos de materiais que são usados na fabricação de armações, lentes e a capacidade analítica do melhor custo e benefícios para indicação da opção ideal entre dezenas de combinações possíveis para cada receita prescrita seja pelo Oftalmologista ou Optometrista.
De acordo com a diretora geral da QÓculos – unidade Anápolis/GO, Divina Aparecida da Silva Dias, o maior obstáculo na formação de uma equipe é encontrar indivíduos dispostos a aprender, e entender a aquisição de conhecimento pode levar tempo. “Muitos candidatos demonstram imediatismo, desejando ganhar dinheiro antes mesmo de aprender como fazer isso”. Manter os funcionários entusiasmados e apaixonados pelo segmento, feliz ao aprender técnicas valiosas para a vida toda, e focado no cliente, seja na venda presente ou futura, é outra grande dificuldade, lembrando que um usuário de óculos pode ser cliente da mesma loja por 20, 30, 40 anos.
Divina considera várias qualidades ao contratar novos funcionários, incluindo foco nas pessoas, proatividade, capacidade de lidar com derrotas e vitórias, competitividade saudável, gosto por ajudar os outros e um bom relacionamento de equipe. “Essas características garantem que o funcionário possa fazer uma contribuição positiva para o ambiente de trabalho e para o atendimento ao cliente”, destaca Divina enfatizando que para o atendimento ao público, busca funcionários que realmente se preocupam com os clientes, desejam o bem-estar deles, entendam suas dores e tenham o conhecimento técnico necessário para atendê-los da melhor maneira possível. “O objetivo é receber pelo menos um elogio por dia, o que indica que estão indo em direção ao sucesso”.
A diretora da QÓculos afirma gostar de contratar candidatos que não tenham hábitos antigos, pois é mais eficaz treinar e capacitar um profissional do zero, para evitar conflitos internos e garantir a adaptação à cultura da empresa, treinando e capacitando o profissional dentro dos valores e métodos da óptica.
Para isso, a Divina criou uma estratégia interna de treinamento que inclui sessões semanais e avaliações diárias, de cada atendimento feito. Além disso, ela faz atendimentos esporádicos para verificar e corrigir as técnicas que aprendeu para garantir que o conhecimento não seja esquecido. “Para quem busca formar uma equipe eficaz, é fundamental se envolver profundamente com o seu time, entender seus problemas e fazer com que os colaboradores acreditem que o sucesso vem depois de muito trabalho e esforço”.
A contratação de vendedores é uma parte importante da busca pelo desenvolvimento de profissionais de óptica. Orlando Bueno, com 36 anos de experiência no setor óptico, compartilha seu processo de contratação e treinamento de funcionários, questionando os padrões tradicionais do setor.
A maioria das ópticas costuma contratar vendedores experientes, conhecidos como “roubo de funcionários”. Bueno, por outro lado, discorda desse método. Assim como a Divina, acredita que a melhor maneira de desenvolver um vendedor é treiná-lo dentro da empresa para que ele se adapte à cultura e valores específicos da óptica. Ele afirma que a transferência de um funcionário de uma loja para outra pode causar conflitos devido às diferenças de cultura e postura profissional.
Orlando Bueno, profissional do setor óptico
Orlando Bueno destaca a importância de o vendedor de hoje ser multifuncional. “Nosso segmento não possui faturamento suficiente para ter uma estrutura para cada departamento, então ele deve estar disposto a aprender como funciona o caixa da loja, a movimentação de entrada e saída de estoque, os custos da administração, e seus impactos no preço de venda, ou seja, vendas a crédito, taxas de operadoras, custos financeiros, e lógico vender”, ressalta ele. Bueno sugere uma descrição clara dos papéis que o novo funcionário deve desempenhar para atingir essa multifuncionalidade.
“É importante ter habilidades de mídia social. Um bom vendedor deve ser capaz de criar e editar conteúdo, além de gravar vídeos para manter uma presença online ativa e atraente. Assim, ao contratar, é fundamental apresentar uma descrição detalhada de todas as funções esperadas, não apenas as mais importantes”, afirma.
Na Ótica Elis de sua propriedade e que foi aberta a mais de 36 anos, Orlando Bueno coloca esses princípios de forma prática. “Meus vendedores recebem treinamento para fazerem tarefas adicionais, como manter a vitrine e administrar as mídias sociais. Também invisto em cursos relacionados e de interesse. O de vitrinismo é um deles, capacitando assim os meus vendedores, garantindo assim que vitrine seja sempre apresentada corretamente
Orlando Bueno conclui que a contratação deve atender às necessidades específicas de cada perspectiva e aconselha os proprietários a definirem claramente suas prioridades e expectativas antes de contratarem um novo funcionário, garantindo assim, que ele esteja preparado para aprender e se adaptar às várias tarefas da loja. “Essa abordagem personalizada e multifuncional economiza tempo para os vendedores, ajuda na comunicação e conexão deles com os clientes, resultando em um local de trabalho mais coeso e produtivo”.
Para a supervisora de RH Maria Isabela Martinez Smerine, os candidatos devem ter um bom conhecimento de armações e lentes, aprender a interpretar receitas médicas e descobrir por que as lentes devem ser usadas, seja para leitura, uso no computador ou visão à distância. Ela considera muito importante uma certificação em técnico em óptica e optometria, pois garante atendimento técnico de alta qualidade.
Maria Isabela usa uma entrevista por competência, que inclui perguntas sobre as situações reais dos candidatos, para avaliar suas habilidades interpessoais. “Essa abordagem permite que eles observem como lidam com situações semelhantes às que acontecem no setor de vendas e atendimento ao cliente, garantindo que tenham a sensibilidade e a capacidade de interagir necessárias”.Com os óculos se tornando acessórios de moda, a equipe deve estar atualizada realizando treinamentos para venda, identificação de perfil, como influenciar ao cliente que entenda qual seu estilo, participando de eventos de moda, fornecendo programas para atualizações de novas tendências.
As últimas tendências também são monitoradas por meio de planos internos para manter os funcionários informados. “Considero características como a capacidade de influenciar e engajar clientes, a compreensão de suas necessidades e desejos e a capacidade de fidelizar clientes à loja, ao avaliar a competência em vendas dos candidatos. Boa comunicação e apresentação são essenciais para transmitir um atendimento confiável”, diz.
Fonte: Fique de Olho
Sobre Abióptica
A Abióptica – Associação Brasileira da Indústria Óptica atua desde 1997 como representante do segmento óptico brasileiro. São mais de 170 empresas associadas que respondem por mais de 95% do mercado das marcas comercializadas no país. Um dos principais objetivos da Abióptica é promover a união da indústria e varejo, fortalecendo a defesa dos interesses do consumidor e do setor.
Leia também: INSV registra 91,65% de satisfação do varejo óptico em maio